Gazeta Norte Mineira
O objetivo foi melhorar o ambiente para os moradores próximos, com mais conforto, segurança e visibilidade para os transeuntes. Apoiada em 13 pilares de concretos, com 694 metros de extensão, 8,40 metros de largura e pesando 723 toneladas, foi tombada pelo IEPHA/Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (decreto nº 24.327) em 22 de março de 1985.
Popularmente chamada de “ponte velha”, seu nome oficial é uma homenagem ao Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (1855-1923), 8° Presidente do Brasil, entre 1910 e 1914. Além de monumento histórico, a ponte se tornou um símbolo da integração entre as cidades de Pirapora e Buritizeiro, um marco emblemático na paisagem do rio São Francisco.
Projetada em 1910, a ponte sobre o rio São Francisco estava vinculada ao antigo projeto de ligar (por ferrovia) o Rio de Janeiro a Belém do Pará, passando por Pirapora e o então distrito de São Francisco de Pirapora (atual Buritizeiro). Graças às reivindicações do prefeito, Coronel José Joaquim Fernandes Ramos, o Governo federal iniciou a construção em 1920.
A estrutura metálica veio diretamente da Bélgica, enquanto o cimento, armazenado em tambores, foi importado dos EUA. A obra foi supervisionada pelo engenheiro Demóstenes Rockert (Chefe da 10ª Residência da Estada de Ferro Central do Brasil/EFCB). Participaram também os engenheiros Alvimar Resende e José Palleta de Cerqueira, além do técnico José Iglésias.
A montagem dos segmentos metálicos foi executada pela empresa Humberto Saboya & Cia, representada pelo engenheiro Charles Pitet. A inauguração simbólica ocorreu em 7 de outubro de 1922, com a presença do presidente da República, Epitácio Pessoa. A direção da EFCB compareceu no dia 28, do mesmo mês, para a inauguração definitiva, liberando a ponte para a ferrovia.
Em 1922 os trilhos atravessaram a ponte até a ‘Estação Independência’, no então distrito de São Francisco de Pirapora – atual Buritizeiro. O projeto de ligar a capital até Belém foi desativado e em 1927 o trem deixou de passar pela ponte. Paulo de Frontin, piraporense honorário, faleceu em 15 de fevereiro de 1933 e em 1972 foi aclamado ‘patrono da engenharia brasileira’.
Por décadas a ferrovia também impulsionou o progresso em Pirapora. De 1950 até a metade dos anos 1990 a ponte foi liberada para veículos (carros de passeio e caminhonetes). O movimento se intensificou a partir dos anos 1970, com o fluxo crescente de bicicletas e motocicletas. Em novembro de 1996, por falta de segurança estrutural, o trânsito de veículos foi interditado.
Desde então, ações políticas, iniciativas cidadãs e campanhas institucionais pedem urgência nas obras de reforma e restauração completa da ponte – estimadas em R$ 55 milhões. A definição sobre a responsabilidade da recuperação total da ponte foi parar e se arrasta na justiça, envolvendo Ministério dos Transportes/DNIT, as empresas FCA e VLI e o IEPHA.
O Grupo de Trabalho “Pirapora é a gente que faz” – conduzido por Felipe Daruich Neto, Renato Diniz Gonzaga, Paulo César Neves, Luiz Felipe Gomes Ferreira e outros cidadãos (sensíveis à causa) – luta pela revitalização da ponte, reivindicando junto a autoridades políticas e órgãos de governo, lutando contra a burocracia e a lentidão da justiça.
Por sua vez, o Grupo FDT/TUR (Fórum de Desenvolvimento Territorial do Turismo) no “Velho Chico”, mobilizado e integrado pelo Banco do Nordeste, vários órgãos, entidades, parceiros e apoiadores – incluindo empresários e investidores – também discute e articula ações conjuntas em prol da recuperação e valorização da ponte como patrimônio histórico e paisagem turística. (Ascom PMP)