Operação Cargas D'Água cumpriu mandados em cidades de Minas Gerais e da Bahia; grupo agia com alto grau de planejamento e violência
Redação Pirapora News
Fotos: Polícia Federal em Montes Claros/MGA Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (17), a Operação Cargas D’Água, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada em roubos de cargas transportadas por caminhões dos Correios e do Mercado Livre, especialmente na BR-251, no trecho entre os KMs 202 e 365, no Norte de Minas Gerais.
A ação envolveu cerca de 40 agentes e resultou no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, além de intimações judiciais nos municípios de Cachoeira de Pajeú e Santa Cruz de Salinas, em Minas Gerais, e Barra do Choça, na Bahia.
As investigações começaram em 2023, após uma sequência de assaltos registrados ao longo de 2024. Em pelo menos três dos crimes, foi possível rastrear o destino das cargas até o distrito de Águas Altas, zona rural de Cachoeira de Pajeú, que teria servido como ponto estratégico para armazenamento e redistribuição dos produtos roubados — principalmente eletrônicos e smartphones.
Segundo a Polícia Federal, o grupo atuava com estrutura e divisão de tarefas bem definidas, utilizando balaclavas, luvas, roupas que cobriam tatuagens, lanternas de alta potência, rádios comunicadores e até bombas incendiárias, com o objetivo de bloquear rodovias e obrigar os motoristas a parar. Em um dos assaltos, registrado em vídeo, os criminosos incendiaram a pista e conduziram o caminhão para uma estrada vicinal, onde selecionaram parte da carga, demonstrando conhecimento prévio sobre o conteúdo.
Há indícios do envolvimento de motoristas de transporte de carga, incluindo um caso em que o condutor, supostamente vítima de roubo, foi flagrado usando um dos produtos subtraídos dias depois da ocorrência.
A quadrilha também fazia uso de armamento variado, como pistolas, revólveres calibre .38, espingardas calibre 12, e contava com diferentes tipos de veículos, como vans, furgões, caminhonetes e até guinchos, o que ampliava sua capacidade de mobilidade e fuga.
O material apreendido será periciado e a investigação prossegue com a análise das evidências coletadas. Os envolvidos poderão responder por associação criminosa, roubo qualificado e receptação, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão.