Funcionários em MG lideram paralisação por tempo indeterminado contra cortes de benefÃcios, em meio a crise bilionária da empresa
Redação Pirapora News
Foto: Fernando Frazão/Agência BrasilOs trabalhadores dos Correios em Minas Gerais aprovaram, nesta terça-feira (16), uma greve por tempo indeterminado contra mudanças nos benefÃcios e cortes anunciados pela direção da estatal. A decisão foi tomada em assembleia e coloca o estado entre os protagonistas do movimento nacional, que já conta com a adesão de outras seis unidades da federação.
Além de Minas Gerais, a paralisação foi aprovada por empregados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e ParaÃba. A mobilização avança mesmo com negociações em curso entre sindicatos e a empresa, conduzidas sob mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A principal insatisfação da categoria está relacionada à proposta de revisão de direitos considerados históricos. Entre as reivindicações estão a manutenção do adicional de férias de 70%, o pagamento em dobro pelos dias trabalhados aos fins de semana e a criação de um vale-refeição ou alimentação no valor de R$ 2,5 mil, benefÃcio apelidado pelos trabalhadores de “vale-peru”.
Em Minas Gerais, o sindicato que representa os empregados dos Correios acusa a empresa de desrespeito e falta de compromisso com o diálogo. Segundo a entidade, a direção não apresentou até o momento uma proposta econômica concreta e tem sinalizado a retirada de garantias consolidadas ao longo dos anos.
Entre os pontos criticados estão a tentativa de eliminar o plano de saúde, a redução do adicional de férias, o fim da entrega no perÃodo da manhã, o corte de tickets extras, a implantação de um modelo de trabalho considerado prejudicial à saúde dos empregados, a recusa em contratar concursados e a precariedade das condições de trabalho em diversas unidades.
A greve ocorre em um cenário de forte desequilÃbrio financeiro da estatal. Até setembro, os Correios acumulavam um rombo superior a R$ 6 bilhões. Para enfrentar a crise, a empresa avalia a contratação de um empréstimo com garantia do Tesouro Nacional, inicialmente estimado em R$ 20 bilhões, valor que vem sendo revisto e pode ficar em torno de R$ 12 bilhões.
O plano de reestruturação inclui ainda um programa de demissão voluntária que pode atingir cerca de 15 mil funcionários até 2027. Para os sindicatos, no entanto, o ajuste financeiro não pode ser feito às custas da retirada de direitos e do agravamento das condições de trabalho, especialmente em estados como Minas Gerais, onde a mobilização promete ganhar força nos próximos dias.






%2016.23.25_608cf3c5.jpg)
%2016.21.02_85f5ccd4.jpg)

Jornalismo regional com conteúdos autorais e informação de utilidade pública.