Por Max Rocha
A Annona crassiflora, planta cerradeira é comum em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. A árvore chega atingir até 8 metros de altura e a polpa do seu fruto pode ter cores branca, amarela ou rosada. A origem indígena do nome “Marolo” vem do tupi e significa “fruta mole”.
‘Desbravando’ o cerradão de Buritizeiro, na área entre os Córregos Doce e Formoso, o Repórter Roni Alencastro se aventurou na coleta da ‘cabeça de nego’. Ao divulgar as particularidades do fruto nas redes sociais, ele atraiu a atenção dos internautas, principalmente das novas gerações.
A florada do marolo começa no mês de novembro e o auge da produção, no verão, vai da 2ª quinzena de janeiro até a 1ª quinzena de abril. De fácil manejo, é consumida ‘in natura’ e sua popa transformada em ingrediente no preparo de várias receitas: sucos, sorvetes, bolos, rocamboles, biscoitos etc. ‘Cabeça de nego’ é uma antiga referência popular a cor e ao formato arredondado da fruta, lembrando o tipo negroide.
Valor nutricional
“Os chamados ‘maroleiros’ colhem o fruto para ser comercializado “in natura” nas comunidades rurais, mercadinhos, feiras livres e às margens das estradas. A popa ainda é congelada para ser consumida o ano inteiro. A iguaria gera renda e desponta como opção alimentar para os norte-mineiros”, explicou Roni.
Nutricionistas e pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Católica de Goiás (UCG) apontam que a cabeça de negro é fonte de potássio, magnésio, ferro, cálcio e fibras - que ajudam no funcionamento do intestino e na prevenção de câimbras. Seus antioxidantes evitam doenças degenerativas.
ALERTA: O avanço da devastação ambiental, nos últimos 30 anos, colocou sob risco os araticunzeiros em Pirapora, Buritizeiro, Várzea da Palma e todo o Norte de Minas. Ecologistas e comunidades tradicionais falam em criar um movimento em prol da preservação da árvore e do fruto: “S.O.S. Cabeças de nego”.