Cinema Preto Periférico em Ouro Preto cria o Prêmio ‘Marku Ribas’

Uma justa homenagem ao músico, multi-instrumentista e ator piraporense que marcou época e referenciou um estilo único

Redação  Pirapora News

Fotos: Divulgação acervo 

A 2ª Mostra de Cinema Preto Periférico, que ocorrerá na cidade histórica de Ouro Preto/MG, de 21 a 26/10, vai estrear o Prêmio ‘Marku Ribas’, homenageando o gênio piraporense e valorizando outros artistas múltiplos. O evento foi criado em 2023 por Ben Hur Nogueira e reúne produções artísticas da periferia, retratando sua realidade e visão de mundo.

Marku Ribas nasceu em Pirapora, 1947. Durante os anos 60, 70 e 80 teve grande relevância na MPB, experimentando diversas sonoridades e inovações musicais. Foi também um ativista político, referência na luta antirracismo. Faleceu em 2013. Também atuou no cinema, participando de filmes clássicos como “Chega de Saudade” (2007), “Uma Onda no Mar” (2002).

No filme “Batismo de Sangue” (2006), Marku interpretou o Guerrilheiro Carlos Marighella. A escolha de Marku Ribas como referência para o prêmio foi natural. O realizador da mostra acredita que o músico e ator norte-mineiro representa uma ‘divindade’ artística ainda pouco reconhecida em Minas e no Brasil. Por conta disso, seu nome representa (também) todas as lutas de sua vida.

A homenagem para Marku imortaliza a biografia do artista. Em novembro/2023, ao lançar o seu filme “Pandeminas”, Ben Hur realizou a 1ª edição do “Cinema Preto Periférico”, no Cine Vila Rica, em Ouro Preto. Como produtor cultural, tem planos ambiciosos para que o festival se torne um fenômeno cultural, com reconhecimento de personalidades afro-brasileiras e periféricas. 

Ditadura e Rolling Stones 

Aos 15 anos estreou como baterista e cantor no Grupo Flamingo. Sua virtuosidade e talento como compositor chamou atenção de grandes nomes, como Alcione e João Donato. Perseguido pela ditadura militar, teve 2 canções autorais censuradas - "Canto Certo" (regravada na voz da marrom em 1976 com o título de "Alerta Geral") e "Nunca Vi". Marku foi preso e temporariamente exilado em Paris, em 1968. 

Em terras francesas, fundou o Grupo Batuki e ingressou na carreira de ator. Ainda no Brasil, também em 1968, o músico conheceu (no Rio de janeiro) os integrantes da Banda Rolling Stones, que estavam de férias no país. Posteriormente, em 1984, a convite de Mick Jagger, Marku Ribas gravou o clipe de "Just Another Night" (faixa no 1° disco solo do cantor inglês) e participou das gravações do disco "Dirty Work", dos Stones.