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Governo Lula avalia ajuda a famílias de mortos em megaoperação no Rio e teme reação política

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

/ by UPira

Ministra dos Direitos Humanos defende apoio aos parentes das vítimas; Planalto teme associação com o tráfico e busca saída política para o impasse

Redação Pirapora News 

Foto: Ricardo Stuckert - PR

O governo federal avalia se deve oferecer assistência às famílias das vítimas da megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro na última semana, que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais. A ação, batizada de “Contenção”, foi considerada pelo governo estadual a maior já feita no território fluminense e teve como alvo chefes do Comando Vermelho que estavam reunidos nos complexos da Penha e do Alemão.

A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, é uma das principais vozes a favor da medida. Ela defende que o Estado tem obrigação de amparar as famílias de todos os mortos em ações de segurança pública, independentemente de haver comprovação de envolvimento com o crime. Desde o início da semana, Evaristo articula para que a União ofereça algum tipo de apoio institucional aos parentes das vítimas.

O tema, no entanto, causa desconforto no Palácio do Planalto. Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que uma iniciativa federal pode ser mal recebida pela opinião pública e interpretada como um gesto de condescendência com o tráfico. A cautela aumentou após uma pesquisa da AtlasIntel apontar que 80% dos moradores de favelas do Rio apoiam a operação.

O governo teme que o debate acirre ainda mais a polarização política em torno do episódio. Segundo fontes do Planalto, a tendência é que qualquer medida de reparação ou assistência fique sob responsabilidade do governo estadual, que coordenou a ação.

Na última quinta-feira, a ministra Macaé Evaristo esteve no Complexo da Penha, zona norte do Rio, onde ouviu relatos de moradores sobre os impactos da operação. Durante a visita, classificou a ação como “um fracasso” e defendeu que o governo federal acompanhe as investigações sobre as mortes e os desaparecimentos.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também participou da agenda. O encontro ocorreu em meio à pressão de entidades civis e movimentos de direitos humanos, que cobram responsabilização das forças de segurança e assistência emergencial às famílias afetadas.

Enquanto o debate divide o governo, o episódio reforça a tensão entre o discurso de combate ao crime e a defesa dos direitos humanos, um equilíbrio que o Planalto tenta manter sob forte escrutínio público.

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